I did not grasp a concept that love is something we should save
Until later
Like we are flowers buds covered by snow fall
Waiting for one someone to warm us to life,
To become whole
Like love
Isn’t the thread that sews the cosmos together.

But I still remember the time when
We were on my parent’s coach and
Eighteen felt a lot like free falling and not caring where I landed
And I remember thinking he was deserving
Of my body and
Him pushing boundaries with fingers and things
Even when I said
“Not ready”
When in reality my walls were crumbling with each prodding
Thinking maybe
I should just be ready.

And I remember the time I really felt like my body
Was just a means to his end
When my face was being forced against him
And I hope he tasted the fear and anger on my tongue
And I remember apologizing to him
For getting so mad about
“Nothing”.

And he melted me and felt mostly like daisies and a lot like the dirt.

And then I ended up dating this guy for a couple times
And I told him over again,
Kiss me but don’t touch my thighs
And the same day he swore,
“I didn’t know what I was touching”
And I ended up apologizing
For having to move his hand away.

Às vezes me pergunto se sou capaz de ajudar, já que dar conselhos é hipócrita pois isso ainda me corta, me rasga e me sufoca. Essa chaga, as imagens na minha cabeça. Da praça, do meu próprio quarto e do meu amor. Da minha aparência e do meu vestido. Da minha negação insuficiente e da minha necessidade de agradá-lo.

 

 

Eu to decorando um poema pra te recitar
Baixinho
Quando estivermos de noite na praia
De frente pro mar

Sua pele na minha boca
Salgada da mistura
Do nosso suor
Os corpos se colam no ar quente
Do encontro de nossos peitorais

Os meus dentes estão amarelando
De tanto fumar
De tanto café
A angústia do fim de semana
Se mostra inútil
Com suas palavras
De afeto

Das nossas confissões
Eu extraio um pensamento-sentimento
Te digo que,
Gostei
De você
Do convite pra rodoviária
E pra praia
Com sua família
E também de quando entrou ar na minha vagina
E nós rimos e você continuou sem se importar
De quando te mandei aquela foto
E você só disse
“Olha o tamanho dessa bunda”
Sem me criticar por minhas estrias
Como ele fazia
Sem me depreciar
Por ser nada mais que eu mesma
Sem receio, pela primeira vez
De me entregar
Pra você

Do desejo

Quem és? Perguntei ao desejo.
Respondeu: lava. Depois pó. Depois nada.

 

I. Porque há desejo em mim, é tudo cintilância.

II

Ver-te. Tocar-te. Que fulgor de máscaras.
Que desenhos e rictus na tua cara
Como os frisos veementes dos tapetes antigos.
Que sombrio te tornas se repito
O sinuoso caminho que persigo: um desejo
Sem dono, um adorar-te vívido mas livre.
E que escura me faço se abocanhas de mim
Palavras e resíduos. Me vêm fomes
Agonias de grandes espessuras, embaçadas luas
Facas, tempestade. Ver-te. Tocar-te.
Cordura.
Crueldade.

III

Colada à tua boca a minha desordem.
O meu vasto querer.
O incompossível se fazendo ordem.
Colada à tua boca, mas descomedida
Árdua
Construtor de ilusões examino-te sôfrega
Como se fosses morrer colado à minha boca.
Como se fosse nascer
E tu fosses o dia magnânimo
Eu te sorvo extremada à luz do amanhecer.

 

Do desejo

Cantares do sem-nome e de partidas

Isso de mim que anseia despedida
(Para perpetuar o que está sendo)
Não tem nome de amor. Nem é celeste
Ou terreno. Isso de mim é marulhoso
E tenro. Dançarino também. Isso de mim
É novo: Como quem come o que nada contém.
A impossível oquidão de um ovo.
Como se um tigre
Reversivo,
Veemente de seu avesso
Cantasse mansamente.

VII

Rios de rumor: meu peito te dizendo adeus.
Aldeia é o que sou. Aldeã de conceitos
Porque me fiz tanto de ressentimentos
Que o melhor é partir. E te mandar escritos.
Rios de rumor no peito: que te viram subir
A colina de alfafas, sem éguas e sem cabras
Mas com a mulher, aquela,
Que sempre diante dela me soube tão pequena.
Sabenças? Esqueci-as. Livros? Perdi-os.
Perdi-me tanto em ti
Que quando estou contigo não sou vista
E quando estás comigo vêem aquela.

VIII

Aquela que não te pertence por mais queira
(Porque ser pertencente
É entregar a alma a uma Cara, a de áspide
Escura e clara, negra e transparente), Ai!
Saber-se pertencente é ter mais nada.
É ter tudo também.
É como ter o rio, aquele que deságua
Nas infinitas águas de um sem-fim de ninguéns.
Aquela que não te pertence não tem corpo.
Porque corpo é um conceito suposto de matéria
E finito. E aquela é luz. E etérea.

Pertencente é não ter rosto. É ser amante
De um Outro que nem nome tem. Não é Deus nem Satã.
Não tem ilharga ou osso. Fende sem ofender.
É vida e ferida ao mesmo tempo, “ESSE”
Que bem me sabe inteira pertencida.

 

 

Cantares do sem-nome e de partidas

Prelúdios-intensos para os desmemoriados do amor

I

Toma-me. A tua boca de linho sobre a minha boca
Austera. Toma-me AGORA, ANTES
Antes que a carnadura se desfaça em sangue, antes
Da morte, amor, da minha morte, toma-me
Crava a tua mão, respira meu sopro, deglute
Em cadência minha escura agonia.

Tempo do corpo este tempo, da fome
Do de dentro. Corpo se conhecendo, lento,
Um sol de diamante alimentando o ventre,
O leite da tua carne, a minha
Fugidia.
E sobre nós este tempo futuro urdindo
Urdindo a grande teia. Sobre nós a vida
A vida se derramando. Cíclica. Escorrendo.

Te descobres vivo sob um jogo novo.
Te ordenas. E eu deliquescida: amor, amor,
Antes do muro, antes da terra, devo
Devo gritar a minha palavra, uma encantada
Ilharga
Na cálida textura de um rochedo. Devo gritar
Digo para mim mesma. Mas ao teu lado me estendo
Imensa. De púrpura. De prata. De delicadeza.

II

Tateio. A fronte. O braço. O ombro.
O fundo sortilégio da omoplata.
Matéria-menina a tua fronte e eu
Madurez, ausência nos teus claros
Guardados.

Ai, ai de mim. Enquanto caminhas
Em lúcida altivez, eu já sou o passado.
Esta fronte que é minha, prodigiosa
De núpcias e caminho
É tão diversa da tua fronte descuidada.

Tateio. E a um só tempo vivo
E vou morrendo. Entre terra e água
Meu existir anfíbio. Passeia
Sobre mim, amor, e colhe o que me resta:
Noturno girassol. Rama secreta.
(…)

Hilda

Prelúdios-intensos para os desmemoriados do amor

image

Those with habits of waste
The sense of style and the taste
Of making sure you were right
I’m not afraid anymore
I keep my eyes on the door
But I remember
Tears and sadness for you
Awe of evil for you
Reflects a moment in time
A special moment in time
Yeah, we wasted our time
We didn’t really have time
But we remember
When we were young

Anotações:
01.12.15
Ná, bicicleta, Etec e pipoca doce.
Ela quer me dizer algo mas não sabe se é o momento. Eu disse que não iria mais perguntar.

06.12.15
Eu quero gritar aos quatro cantos
O uníssono som desse momento eterno
Que nos fez engolir nossos medos e receios
Te amo, Natália.

Dia 4

Pela primeira vez
Não me importei com meus pêlos
Ou com a minha bunda cheia de estrias
Ou com as espinhas no meu colo
Com o meu gemido não tão bonito quanto o do pornô
Nem com a minha cara e meu silêncio enquanto tenho um orgasmo
Ou o tremor excessivo das pernas
Esqueci de pensar se estava demorando muito
Se seus dedos estavam cansados
Se você estava de saco cheio
Se eu não estava parecendo sexy pra você
Eu só parei de pensar em tudo isso
E me permiti
Por um momento
Me permitir

Dia 4